Dezoito anos se passaram desde que, em 2007, escrevi sobre o Brasileirão de pontos corridos. Chegou a hora de revisitar essa história com a edição de 2025.Edson Bob
O Campeonato Brasileiro, em seu formato de pontos corridos, nunca foi apenas um torneio — é uma saga. Uma maratona de 38 batalhas onde cada clube escreve, com suor e drama, o próprio destino. E em 2025, essa história ganhou contornos ainda mais grandiosos.No topo do continente verde e amarelo, erguendo a taça como quem reivindica um trono ancestral, esteve o Flamengo, campeão com autoridade e brilho, acumulando 79 pontos e deixando para trás qualquer dúvida sobre sua supremacia. O Maracanã, mais uma vez, testemunhou o rubro-negro transformar expectativa em conquista.
Logo atrás, como generais que lutaram até o último instante, Palmeiras, Cruzeiro e o surpreendente Mirassol completaram o G4, garantindo suas vagas diretas na Copa Libertadores de 2026. A Libertadores — essa arena mítica criada em 1960, onde rivalidades se tornam lendas — continua sendo o destino natural dos gigantes e dos ousados. É o torneio que sobreviveu a Conmebol, Mercosul e Sul-Americana, e que ainda oferece o passaporte para o Mundial de Clubes, palco onde continentes se enfrentam em glória.
Abaixo do topo, mas ainda entre os bravos, Fluminense, Botafogo e Bahia conquistaram suas vagas na Libertadores, enquanto o São Paulo ficou à espreita, dependendo do desfecho da Copa do Brasil para transformar esperança em realidade.
No vasto campo intermediário da tabela, travou-se outra guerra: a corrida pela Copa Sul-Americana. Ali, clubes tradicionais como São Paulo, Grêmio, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Corinthians e Santos lutaram por honra, calendário internacional e a chance de reescrever seus caminhos em 2026.
Mas nem toda história tem final feliz. Na parte mais sombria da tabela, onde cada ponto vale como ar, quatro escudos tombaram. Sport e Juventude já haviam sido condenados antes da última rodada, mas o drama final reservou quedas dolorosas para Fortaleza e Ceará, que agora encaram o desafio da Série B em 2026.
Outros, como Internacional, Vitória e Santos, escaparam da queda como quem se agarra à beira de um precipício — sobreviventes de uma temporada que testou limites e nervos até o último apito.
Assim terminou o Brasileirão 2025: com heróis, vilões, sobreviventes e caídos. Um campeonato que, mais do que números, entregou narrativa. Um épico moderno, escrito em estádios lotados, noites tensas e gols que ecoarão por anos.
E como toda boa epopeia, já deixa no ar a pergunta inevitável:
quem será o próximo a escrever seu nome na eternidade?

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