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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

INICIAÇÃO ESPORTIVA E DESENVOLVIMENTO MOTOR.


A influência dos eventos esportivos divulgados com grande frequência pelos meios de comunicação, a identificação com os ídolos, a pressão dos pais e dos amigos e pôr fim a esperança de obter sucesso e status, faz com que um número cada vez maior de crianças e jovens vão à procura da iniciação esportiva. Com isso vem as competições, vencer, prêmios, derrota e outros, tudo influenciando no cotidiano do aprendiz. Com tudo isso o esporte vem cada vez mais ocupando um espaço considerável na vida das pessoas, especialmente de crianças e jovens.
A forma que é conduzida e trabalhada, merece nossa atenção, pois, muitas das vezes vão se pautando apenas em estudos com referência a rendimentos, sempre buscando a descoberta de talento. Desconsiderando as fases do desenvolvimento motor da criança.
A iniciação esportiva é em muitas vezes o primeiro passo na vida esportiva de futuros atletas, mas alguns estudos provam que se esse processo não for bem conduzido e orientado, pode comprometer a vida esportiva do iniciante.
“O treinamento esportivo pode e deve ser iniciado na infância, porém os programas de treinamentos para crianças jamais devem ser os mesmo dos atletas adultos, pois as crianças não possuem as mesmas habilidades, não conseguem se relacionar com os companheiros de equipe e nem estender regras e táticas como os adultos (SULLIVAN; ANDERSON, 2004) ”.
Para continuarmos, vamos entender, as fases do desenvolvimento:

  • ·         Primeira fase (motora reflexiva – desde o período fetal até os quatro meses de vida – movimentos involuntários);
  • ·         Segunda fase (motora rudimentar – vai do nascimento até os dois anos de idade – começa a aparecer os primeiros movimentos voluntários);
  • ·        Terceira fase (motora fundamental – entre os dois e sete anos de idade – fase mais importante no desenvolvimento motor que acontece durante o período da infância, sendo justamente neste período que os profissionais e professores de educação física devem aproveitar a maior convivência com as crianças apara perceberem suas necessidades de desenvolvimento/habilidades, e trabalha-las de acordo com o ritmo e dificuldades);
  • ·     Quarta fase (motora especializada – o movimento nesta fase se torna uma ferramenta para as várias atividades motoras complexas, nesta fase a crianças que tem entre 7 a 10 anos, demonstra grande interesse em muitas modalidades esportivas, mas possui pouca habilidade. O profissional de educação física deve nesta fase oportunizar as crianças para refinar mais profundamente os movimentos fundamentais e utilizá-los como habilidades esportivas em uma variedade de atividades orientadas e de treino).
Segundo ROSE, (2002) a complexidade da tarefa maior que o recurso dos praticantes, as pressões exercidas por adultos envolvidos no processo competitivos (pais e técnicos), definição irreal dos objetivos, comportamento dos adultos nas competições, nível de expectativas exageradas (pessoal e dos outros) em relação ao desempenho. Isso gerando um estresse muito grande para os iniciantes.
O problema é, quando falamos de competição, faz-se uma associação direta ao atleta, o qual é treinado para atingir um objetivo comum, a vitória. Quando essa competição está associada a crianças, as quais são submetidas a rotinas de treinamento técnico, pressões, regras, podemos fazer uma associação direta com um organismo em pleno desenvolvimento que está sendo sobrecarregado, muito provavelmente
A influência dos pais e técnicos também é um fator de extrema importância, pois se observa que a pressão exercida por parte destas figuras sobre os “atletas” é prejudicial, pois muitas vezes estes exigem resultados impossíveis de serem atingidos em função das características da faixa etária dos competidores. Essa postura onde se busca somente a vitória pode desencorajar a participação dos praticantes em atividades esportivas tanto individuais quanto coletivas devidas ao nível de expectativa depositada no desempenho da criança e do jovem. Espera-se muito em relação ao rendimento, sem considerar as condições do indivíduo para a realização da tarefa proposta.
Esse indivíduo, após uma situação de fracasso, se vê diante de uma carga imensurável de influências negativas que, devido à fragilidade de suas estruturas cognitivas, dificilmente conseguirá transpô-las. Esse quadro se agrava quando vislumbrado a uma possibilidade de ascensão social e financeira.
Portanto, nos professores e profissionais de educação física, devemos sempre observar o grau de maturidade do indivíduo a ser treinado, suas experiências, enfim conhecer o aprendiz por completo, fazendo uma anamnese bem abrangente, que nos dará o resultado de quem é o indivíduo a ser iniciado. Lembrando que uma criança não é um adulto em miniatura, que busca experiências inovadores para o seu desenvolver. Cabe-nos orienta-los e direciona-lo para uma situação satisfatória. Mesmo que venha em algumas situações tira-lo da zona de conforto, mas tudo pautado em estudos e avaliações.

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